Aprendendo a Pensar como Robô
Depois da minha carreira militar e da acadêmica, entrei em um mundo totalmente fora do meu conhecimento.
Mas por eu ter vindo de fora desse mundo, eu tinha uma perspectiva diferente.
Desde o primeiro dia, eu achei um mistério do porquê as pessoas insistiam em trabalhar de um jeito ineficiente e sem organização que é desumanizante e depressivo.
Eu acho que eles pensavam: já que todos fazem assim, preciso fazer o meu melhor.
Eu realmente me diverti na época do MidContinent, mas eu estava ansioso para testar minhas habilidades nesse novo desafio.
E nas duas décadas seguintes e acabei trabalhando para grandes e pequenas companhias como VP de Engenheiro ou Chefe de Tecnologia.
Em cada um, eu tentei ter times que trabalhassem juntos e com maior eficiência.
Em uma dessas companhias, eu ficava em um prédio na Cambridge, Massachusetts, que ficava apenas alguns quarteirões do MIT.
Alguns PhDs e professores tinham acabado de começar uma empresa de construção de robôs, e eles ficaram sem espaço nos seus laboratórios do MIT. Eles acabaram alugando um espaço na empresa que eu trabalhava.
Poucas semanas depois que eles se mudaram, algo inesperado aconteceu: um robô de seis patas, do tamanho de um gato, entrou no meu escritório e começou a me seguir em volta da minha mesa.
Os roboticistas chegaram nervosos e se desculparam pela sua máquina, mas depois de alguns dias, aconteceu de novo.
Um dos seus robôs escapou do laboratório e começou a correr pelo prédio. Eu escutei o barulho das suas pernas mecânicas correndo pelos corredores.
Nas Sextas a tarde eu sempre servia vinho e cerveja no escritório e assim todos poderiam se descontrair e socializar depois de uma semana dura.
Eu convidei os roboticistas para esses eventos, e em um Sexta a tarde Rodney Brooks apareceu.
Brooks, um professor de inteligência artificial do MIT, que foi um dos fundadores da companhia de robô. Eu perguntei a ele como os robôs itinerantes funciona.
“Por décadas nós tentamos criar máquinas quem sejam realmente inteligentes,” e continuou.
“Nós gastamos bilhões de dólares, e muitos, e muitos anos de trabalho, construímos os melhores computadores que conseguimos, com grande banco de dados, mas tudo que conseguimos foi um computador que pode derrotar uma pessoa no xadrez.”
A respeito dos seus robôs, ele explicou, que é uma abordagem completamente diferente.
Em vez de tentar construir algo como um cérebro central, eles construíram um robô com seis pernas que tem o seu próprio cérebro.
Um processador como coluna vertebral tem algumas regras simples: mover para frente, vá para trás, não esbarre nas outras pernas.
O chip neural de rede na cabeça do robô conhece essas regras e atua como mestre de todas as partes.
Ele diz as pernas o que é aquele obstáculo visto pela câmera quando bater no obstáculo, esse tipo de coisa.
Brooks disse algo interessante, é que cada vez que você liga o robô, é como aprender a andar pela primeira vez.
Não há banco de dados de tudo que há na sala. Ao invés disso, o mundo é o banco de dados.
Ele entende tudo que é visto pela primeira vez assim que é ligado. Ele esbarra nas coisas e descobre as coisas baseado no ambiente real, isto significa que ele pode se adaptar em qualquer ambiente.
“Deixe me te mostrar”, ele disse enquanto me levava para o laboratório. Ele apareceu com um chip neural em branco dentro de um dos robôs insetóides, e isso balançou a minha vida.
Hesitante no início, tropeçou ao redor da sala como uma jovem corça se levantando pela primeira vez.
Cada passo se tornava mais e mais apurado. As pernas rapidamente aprenderam a trabalhar juntas.
Depois de poucos minutos o robô estava correndo em volta da sala. Nada foi armazenado ou programado sobre como andar, ao invés disso, apenas algumas regras simples fizeram os componentes trabalharem juntos.
As pernas não pensavam, apenas executavam. Fiquei impressionado com a engenhosidade e simplicidade do sistema.
Era algo que eu fiz quando eu treinei voo no Vietnam: Observar, Orientar, Decidir e Agir.
Ele estava observando o ambiente e decidindo as ações baseado nos dados obtidos pelo ambiente.
“O que aconteceria,” perguntei a Brooks, “se nós pudéssemos chegar a simples regras para equipes de pessoas que trabalhassem como essas pernas?
Elas poderiam se auto-organizar e auto aperfeiçoar, assim como os robôs.”
“Eu não sei,” disse ele. “Porque você não tenta, e depois me diz como foi?”
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